Parados na contramão

São Paulo:congestionamento no elevado "Minhocão" já em 1971 /créditos: Acervo O Estado de S.Paulo

Prefeitos e governadores já sabem que deveriam taxar os usuários de carros para investir em transporte público, ciclovias e calçadas. Mas falta coragem para operar essa mudança, escreve Sergio Avelleda em artigo publicado originalmente na revista Piauí. A leitura é obrigatória e por isso reproduzimos o texto na íntegra É possível que alguma vez, numa roda de amigos em um bar no final de semana – quando podíamos nos reunir numa roda de amigos no final de semana, prazer que a responsabilidade impedirá até que a vacinação se complete –, você tenha ouvido algo assim: “Eu não uso transporte público no Brasil. É uma droga. Minha empregada me conta que passa mais de duas horas entre trem e ônibus para chegar ao trabalho. Nem pensar.” E depois de muitos chopes, na hora de ir embora, lá está o amigo “crítico” entrando em seu automóvel, que pesa entre 1 e 2 toneladas – e, a 40 km/h, considerado o espaço necessário para frear e acelerar, poderá ocupar até 115 metros quadrados das ruas e avenidas por onde passar, segundo estudo realizado na Suíça. A constatação de que o transporte público no país é ruim, feita por alguém que não o utiliza, costuma se basear em preconceito. Discurso semelhante se ouve sobre o Sistema Único de Saúde. Nada presta para quem não usa – enquanto representa uma salvação para os usuários. O SUS não é uma maravilha, claro, mas resolve boa parte dos problemas de saúde pública no Brasil.[...]

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